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sexta-feira, 8 de julho de 2011




Síndrome de Vítima







A incapacidade de aceitar o mundo como ele é...



Todo o comportamento humano decorre da concepção que nós temos da realidade e nessa realidade existem dois pólos bastante distintos: aquilo que nós somos e aquilo que nos cerca. Nossa postura na vida depende do modo como estabelecemos essa relação: a relação entre nós e os outros, entre nós e os membros da nossa família, entre nós e outros membros da sociedade, entre nós e as coisas, entre nós e o trabalho, entre nós e a realidade externa. A nossa maneira de sentir e de viver depende de como cada um de nós interioriza a relação entre essas duas partes da realidade. E uma das formas que aprendemos de nos relacionarmos com os outros é a postura que designamos por vítima.


O que é a vítima? A vítima é a pessoa que se sente inferior à realidade, é a pessoa que se sente esmagada pelo mundo externo, é a pessoa que se sente desgraçada face aos acontecimentos, é aquela que se acostuma a ver a realidade apenas em seus aspectos negativos. Ela sempre sabe o que não deve, o que não pode, o que não dá certo. Ela consegue ver apenas a sombra da realidade, paralelo a uma incrível capacidade para diagnosticar os problemas existentes. Há nela uma incapacidade estrutural de procurar o caminho das soluções e, neste sentido, ela transfere os seus problemas para os outros; transfere para as circunstâncias, para o mundo exterior, a responsabilidade do que está lhe acontecendo. Esta é a postura da justificativa. Justificar-se é o sinal de que não queremos mudar. Para não assumirmos o erro, justificamo-nos, ou seja, transformamos o que está errado em injusto e, de justificativa em justificativa, paralisamo-nos, impedimo-nos de crescer. A vítima é incompetente na sua relação com o mundo externo. Enquanto colocarmos a responsabilidade total dos nossos problemas em outras pessoas e circunstâncias, tiraremos de nós mesmos a possibilidade de crescimento. Em vez disso, vamos procurar mudar as outras pessoas.


Este tipo de postura provém do sentimento de solidão. É quando não percebemos que somos responsáveis pela nossa própria vida, por seus altos e baixos, seu bem e seu mal, suas alegrias e tristezas; é quando a nossa felicidade se torna dependente da maneira como os outros agem. E como as pessoas não agem segundo nosso padrão, sentimo-nos infelizes e sofredores. Realmente, a melhor maneira de sermos infelizes é acreditarmos que é à outra pessoa que compete nos dar felicidade e, assim, mascaramos a nossa própria vida frente aos nossos problemas.




A postura de vítima é a máscara que usamos para não assumirmos a realidade difícil, quando ela se apresenta. É a falta de vontade de crescer, de mudar‚ escondida sob a capa da aparição externa. Essa é uma das maiores ilusões da nossa vida: desejarmos transferir para a realidade que não nos pertence, sobre a qual não possuímos nenhum controle, as deficiências da parte que nos cabe. Toda relação humana é bilateral: nós e a sociedade, nós e a família, nós e o que nos cerca. O maior mal que fazemos a nós próprios é usarmos as limitações de outras pessoas do nosso relacionamento para não aceitarmos a nossa própria parte negativa.

Assim, usamos o sistema como bode expiatório para a nossa acomodação no sofrimento. A vítima é a pessoa que transformou sua vida numa grande reclamação. Seu modo de agir e de estar no mundo é sempre uma forma queixosa, opção que é mais cômoda do que fazer algo para resolver os problemas. A vítima usa o próprio sofrimento para controlar o sentimento alheio; ela se coloca como dominada, como fraca, para dominar o sentimento das outras pessoas. O que mais caracteriza a vítima é a sua falta de vontade de crescer. Sofrendo de uma doença chamada perfeccionismo, que é a não aceitação dos erros humanos, a intolerância com a imperfeição humana, a vítima desiste do próprio crescimento. Ela se tortura com a idéia perfeccionista, com a imagem de como deveria ser, e tortura também os outros relativamente àquilo que as outras pessoas deveriam ser. Há na vítima uma tentativa de enquadrar o mundo no modelo ideal que ela própria criou, e sempre que temos um modelo ideal na cabeça é para evitarmos entrar em contato com a realidade. A vítima não se relaciona com as pessoas aceitando-as como são, mas da maneira que ela gostaria que fossem. É comum querermos que os outros sejam aquilo que não estamos conseguindo ser, desejar que o filho, a mulher e o amigo sejam o que nós não somos.

Colocar-se como vítima é uma forma de se negar na relação humana. Por esta postura, não estamos presentes, não valemos nada, somos meros objetos da situação. Querendo ser o todo, colocamo-nos na situação de sermos nada. Todavia, as dificuldades e limitações do mundo externo são apenas um desafio ao nosso desenvolvimento, se assumirmos o nosso espaço e estivermos presentes.

Assim, quanto pior for um doente, tanto mais competente deve ser o médico; quanto pior for um aluno, mais competente deve ser o professor. Assim também, quanto pior for o sistema ou a sociedade que nos cerca, mais competentes devemos ser com pessoas que fazem parte desta sociedade; quanto pior for nosso filho, mais competentes devemos ser como pai ou mãe; quanto pior for a nossa mulher, mais competentes devemos ser como marido; quanto pior for nosso marido, mais competentes devemos ser como esposa, e assim por diante. Desta forma, colocamo-nos em posição de buscar o crescimento e tomamos a deficiência alheia como incentivo para nossas mudanças existenciais. Só podemos crescer naquilo que nós somos, naquilo que nos pertence. A nossa fantasia está em querermos mudar o mundo inteiro para sermos felizes. Todos nós temos parte da responsabilidade naquilo que está ocorrendo. Não raras vezes, atribuímos à sociedade atual, ao mundo, a causa de nossas atribulações e problemas. Talvez seja esta a mais comum das posturas da vítima: generalizar para não resolver. Os problemas da nossa vida só podem ser resolvidos em concreto, em particular. Dizer, por exemplo, que somos pressionados pela sociedade a levar uma vida que não nos satisfaz, é colocar o problema de maneira insolúvel. Todavia, perguntar a nós mesmos quais são as pessoas que concretamente estão nos pressionando para fazer o que nos desagrada, pode ajudar a trazer uma solução. Só podemos lidar com a sociedade em termos concretos, palpáveis. Conforme nos relacionamos com cada pessoa, em cada lugar, em cada momento, estamos nos relacionando com a sociedade, porque cada pessoa específica, num determinado lugar e momento, é a sociedade para nós naquela hora. Generalizamos para não solucionarmos, e como tudo aquilo que nos acontece está vinculado à realidade, todas as vezes que quisermos encontrar desculpas para nós basta olhar a imperfeição externa.


Colocar-se como vítima é economizar coragem para assumir a limitação humana, é não querer entender que a morte antecede a vida, que a semente morre antes de nascer, que a noite antecede o dia. A vítima transforma as dificuldades em conflito, a sua vida num beco sem saída. Ser vítima é querer fugir da realidade, do erro, da imperfeição, dos limites humanos. Todas as evidências da nossa vida demonstram que o erro existe, existe em nós, nos outros e no mundo. Neurótica é a pessoa que não quer ver o óbvio. A vítima é uma pessoa orgulhosa que veste a capa da humildade. O orgulho dela vem de acreditar que ela é perfeita e que os outros é que não prestam. Crê que se o mundo não fosse do jeito que é‚ se sua esposa não fosse do jeito que é‚ se seus filhos não fossem do jeito que são, se o seu marido fosse diferente, ela estaria bem, porque ela, a vítima, é boa, os outros é que têm deficiências, apenas os outros têm que mudar.




A esse jogo chama-se o "Jogo da Infelicidade". A vítima é uma pessoa que sofre e gosta de fazer os outros sofrerem com o sofrimento dela, é a pessoa que usa suas dificuldades físicas, afetivas, financeiras, conjugais, profissionais, não para crescer, mas para permanecer nelas e, a partir disso, fazer chantagem emocional com as outras pessoas.

A vítima é a pessoa que ainda não se perdoou por não ser perfeita e transformou o sofrimento num modo de ser, num modo de se relacionar com o mundo. É como se olhasse para a luz e dissesse: "Que pena que tenha a sombra...", é como se olhasse para a vida e dissesse: "Que pena que haja a morte...", é como se olhasse para o sim e dissesse: "Que pena que haja o não...". E se nega a admitir que a luz e a sombra são faces de uma mesma moeda, que a vida é feita de vales e de montanhas.


Não são as circunstâncias que nos oprimem, mas, sim, a maneira como nos posicionamos diante delas, porque nas mesmas circunstâncias em que uns procuram o caminho do crescimento, outros procuram o caminho da loucura, da alienação. As circunstâncias são as mesmas, o que muda é a disposição para o alvorecer e para o desabrochar, ou para murchar e fenecer.





Texto de Antônio Roberto Soares/Psicólogo



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segunda-feira, 4 de julho de 2011




Na estrada de Damasco


Há dois mil anos, existiu um rapaz de nome Saulo, natural da cidade de Tarso, onde morava com sua família. Hebreu pelo nascimento, ele demonstrou desde cedo pendor para a religião e para as leis.

De caráter íntegro, inteligente e amante da ordem, logo sobressaiu dentre os outros alunos, tornando-se, ainda muito jovem, um doutor da lei.

Orgulhoso, defendia sua religião, o judaísmo, com todas as forças do seu coração impetuoso.

Saulo não compreendia que pudessem outras pessoas, inclusive judeus, seguir a Jesus de Nazaré e observar os ensinamentos de um carpinteiro que havia morrido como um criminoso, crucificado entre dois ladrões.

Assim, Saulo começou a perseguir os seguidores de Jesus, obrigando-os a abandonar o seu Mestre e voltar para sua antiga crença, o judaísmo.

Quando as pessoas não concordavam com as ordens de Saulo, eram presas, torturadas e, muitas vezes, até mortas.


Tentando acabar com a seita do Nazareno, certo dia Saulo foi até Damasco, na Síria, para prender alguns cristãos. A viagem era longa e cansativa. Quando estavam quase chegando a Damasco, Saulo viu uma grande luz, como se o céu se tivesse aberto como uma cortina. Era meio-dia e o sol estava muito forte, mas a luminosidade que surgiu era muito mais intensa.

O jovem doutor da lei, diante desse fato, perde o equilíbrio e tomba do animal, sobre a ardente areia do deserto.

Nessa outra luz que surge aos seus olhos deslumbrados, um caminho se abrira, e nele Saulo viu um homem radiante de luz aproximar-se, como se viesse ao seu encontro. Sua túnica era toda de pontos luminosos, tinha os cabelos que desciam até os ombros e olhos cheios de amor que irradiavam muita paz. Na fisionomia grave e terna do desconhecido, ele notou uma divina tristeza.

O jovem doutor da lei contemplava-o com espanto profundo quando a voz inesquecível indagou:

— Saulo!... Saulo!... Por que me persegues?

Sem que se desse conta, Saulo caiu ajoelhado na areia. Surpreso, ele perguntou:

— Quem és tu, Senhor?

Com simplicidade, o ser iluminado respondeu:

— Eu sou Jesus!...

Então, o orgulhoso doutor da Lei curvou-se para o solo, em pranto convulsivo. Naquele momento Saulo compreendeu que aquelas pessoas que ele perseguia estavam com a razão ao seguir Jesus, e percebeu todo o mal que lhes fizera, arrependendo-se dos seus atos.

O Mestre aproximou-se mais, contemplando-o com carinho. Depois, tocou-lhe os ombros com ternura, dizendo paternal:

— Não resistas contra os aguilhões!...


Saulo compreendeu o que Jesus queria dizer.

Ele sabia que aguilhão era uma ponta de ferro aguçada colocada na ponta de uma vara para reconduzir os escravos, e especialmente os animais, para o roteiro certo, pois, atingindo a carne, feria, causando grande sofrimento.

Saulo entendeu, analisando sua existência e os sofrimentos que já enfrentara, que estava recebendo estímulos, incentivos para redirecionar sua vida. Há muito tempo, forças profundas o conduziam, a cada momento e em qualquer lugar, a meditar nos novos ensinamentos trazidos por Jesus.

O Cristo chamara-o por todos os meios e de todos os modos, e ele não entendera. Como último e extremo recurso, fizera-se visível a ele, agora, em pleno deserto, para que não cometesse mais erros.

Então, entendendo que não adiantava resistir mais, que Jesus era verdadeiramente o Messias, ele perguntou:

— Senhor, que queres que eu faça?

Então, Jesus ordenou-lhe que entrasse na cidade de Damasco e lá lhe seria dito o que fazer.


Depois dessa orientação, Saulo não viu mais Jesus, sentindo-se como que mergulhado na escuridão. Ele estava cego. Chamando os companheiros de viagem, contou-lhes que tinha visto Jesus de Nazaré, e que estava cego, pedindo-lhes que o conduzissem até Damasco. Lá, foi até uma hospedaria, pediu um quarto e aguardou.

Três dias depois, recebeu a visita de Ananias, um velhinho muito bondoso, exatamente a pessoa que ele viera prender, por ser seguidor de Jesus.

Ananias, com carinho, contou-lhe que Jesus o enviara para que pudesse restituir-lhe a visão, de modo que Saulo não duvidasse mais.

O bom velhinho colocou suas mãos nos olhos de Saulo, curando-o. Alegre e aliviado, Saulo voltou a enxergar.

Tornaram-se amigos e Saulo, após aprender os ensinamentos que Jesus deixara, nunca mais foi o mesmo.

Iniciando uma vida nova, Saulo adotou o nome de Paulo, que significa Saulo na língua dos romanos.

Dedicou-se de corpo e alma à divulgação do Evangelho de Jesus, viajando incansavelmente por todos os lugares, mesmo os mais longínquos, levando as lições do seu Mestre.

Por mais de trinta anos consecutivos, Paulo de Tarso exerceu sua missão de divulgar o Cristianismo e, ao deixar seu corpo físico, foi recebido na Espiritualidade por Jesus, que veio agradecer-lhe o trabalho enobrecedor a que se dedicara, ajudando a todos os necessitados de consolo, amor e esperança.







(Adaptação de texto contido na obra “Paulo e Estêvão”, de Emmanuel, por meio da psicografia de Francisco Cândido Xavier.)


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